Dino Alves formou-se em Pintura na Escola Superior Artística do Porto. Fez um curso profissional de fotografia no INEF e depois de uma passagem pela Cinemateca Portuguesa, acabou por seguir a área da moda, conquistando o título de “Enfant-terrible da Moda Portuguesa”.
O seu primeiro desfile ocorreu nas “Manobras de Maio” de 1994 e a partir de maio de 1997 passou a apresentar regularmente as suas coleções na ModaLisboa – Lisboa Fashion Week. Desde então, além das suas coleções sazonais, tem desenvolvido figurinos para diversos espetáculos de dança e teatro, assim como guarda-roupas para publicidade, eventos de moda e lançamentos de produtos.
Um stylist por excelência, Dino Alves colabora também em projetos de conceção de imagem, nomeadamente para as festas da discoteca Lux – Frágil, ou para publicações como a Dance Club. Em 2006, foi responsável pelo styling e produção da imagem dos participantes do Festival da Canção e nos dois anos seguintes criou a imagem de Herman José para os programas “Chamar a Música” e "Roda da Sorte". Em 2011, desenvolveu o styling dos apresentadores / atores do programa de humor “Estado de Graça”, produzido pelas Produções Fictícias.
Em 2009, iniciou uma colaboração com a Escola Superior de Dança, como professor de figurinos.
2020
“2020” é a coleção SEASONLESS da marca Dino Alves. É uma coleção pensada dentro do conceito “See now, buy now”, expressão utilizada recentemente pelas marcas internacionais, quando fazem coleções sem a antecedência sazonal habitual ou sem estação definida.
Para mim, é uma coleção do AGORA.
É uma coleção um pouco mais pequena do que as que costumo fazer, porque os tempos que vivemos assim o exigiram, mas mais fácil de usar, com peças simples mas com toques de autor, divertida, e confortável.
É uma espécie de narrativa do que foi para muitos de nós o ano 2020. Descreve um pouco como vivemos este ano, o que fizemos, o que desejámos, os lugares onde foi possivel ir, como ocupámos os dias em casa.
Eu, por exemplo, ocupei os dias a vasculhar memórias, reorganizei roupas que já não uso, separei peças, olhei para fotografias antigas, vi séries, e voltei a pintar, primeiro timidamente, porque já não o fazia desde que acabei o curso, mas depois continuei compulsivamente.
Também fiz umas caminhadas por alguns parques e respirei o ar da floresta.
Mas a dado momento as idas ao supermercado foram o único escape de liberdade relativa!
Esta coleção é uma espécie de descrição deste estilo de vida a que fomos obrigados.
Transportei o ato de pintar para t-shirts, misturei materiais, reaproveitei jeans antigos que deixei de usar e criei outras peças, utilizei tecidos esquecidos que reencontrei ao mexer em caixas, fiz peças com sobras de materiais de outras peças criadas para outras ocasiões e somei a isto tudo detalhes novos que remetem para um universo sport e urbano, prático e divertido. Usei a cor sem medo e sobretudo fui livre ao criar esta coleção, já que não o pude ser na vida quotidiana real.